segunda-feira, agosto 30, 2010

(...)E ASSIM VOU TE PERDENDO

Na minha língua todos os assaltos da alma
moram sem raiz, mas cobertos de razão.
O prazer do teu pecado ingênuo,
quando o cheiro dos pêssegos invadem as tuas narinas dilatadas
parece queimar toda a pele,
desmancha meu masculino com teu hálito quente.

Me sinto engolido.
Alucinações, entre gemidos sinuosos,
dançam no cume rubro do mundo
cujo nome é língua...
é boca, é saliva, é chamas.
E repetidamente testemunho toda burrice do amor
perdido nas suas contas
de somar o tempo e multiplicar o ritmo.

Meus desígnios cochilam a céu aberto
forrados de fome incandescente
e já nem percebem a vertigem cinza
dos dedos entregando-se ao naufrago,
ora por entre véus de primavera...
ora por entre orquídeas, histéricas, de fumaça.