quinta-feira, dezembro 11, 2014

Carta de Gisberta


Envio amor, festa e devoção, que acumulei
ao longo do último ano,
receba com carinho!!!!
Registro canções e incluo perguntas:
O QUE É (,) CORAÇÃO?
Sugiro amor, festa e devoção
para identificar teu o norte de subtextos.
Dedico tudo... amor, festa e devoção
Sei queixumes, sem lamurias, sem discos
Não sei de nada.
Totalmente sem sonhos e com todas as explicações.
Ganho amor, festa e devoção.
Ouço palavras, que se misturam ao vento
E já não sei se a noite me leva ou
Se os aplausos é que vem no repouso
da barriga faminta de afeto.
O amor (ainda) é tão longe
e eu já tô indo.
Pega essa palavra, essa carta, esse fim
Não levo nada, mas deixo a queda!
Obrigado distância... fizeste-me um favor.
Me reencontrei.


(Adriano Gentil) 

sábado, março 29, 2014

Humanidade franqueada


Aquilo que me incomodou
compartilha comigo defeitos
que não se acanham
ao ser observados, semi nus,
nos cantos escuros da casa.
Minha cara de bobo
revela seus três olhos,
voltados sempre pra baixo,
enquanto  um coração pula
na minha boca – refúgio dos horários.

No espelho vejo um nariz
passeando com a  dor alheia
como se andasse, suplicando confetes,
nos percursos quietos
por onde calafrios e medos
se agasalham nas fraquezas do segredo.

À minha garganta sobe um asco quente
Quase um hálito doce de maçã.
Agarro-me, como posso, nas possibilidades
e vou contando feijão, contando humanidades,
contando flores frescas de sonhos encaixotados.

(Adriano Gentil)